Caminhão que tombou e soterrou motorista com carga de serragem no RS não tinha tacógrafo, diz PRF; ela sobreviveu ao ser protegida por 'cápsula de sobrevivência'
15/10/2025
(Foto: Reprodução) Motorista de carro é soterrada por carga de serragem após caminhão tombar no RS
Laudo pericial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou que o caminhão que tombou e soterrou um carro com uma motorista dentro com uma carga de serragem da BR-448, em Porto alegre, estava irregular: ele não tinha tacógrafo.
A motorista, Eduarda Corrêa, de 23 anos, sobreviveu por causa de uma estrutura reforçada do carro chamada por especialistas de "cápsula de sobrevivência", bem como o tipo de material que caiu sobre o veículo. Ela ficou presa no carro por cerca de 2 horas até que o resgate fosse possível (saiba mais abaixo).
🔎 Tacógrafo é um dispositivo que grava dados como velocidade, distância percorrida e tempo de uso em um veículo. É uma espécie de "caixa-preta" para veículos, registrando informações que permitem verificar se o motorista está respeitando a legislação, os tempos de descanso e a velocidade adequada.
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Sem o tacógrafo, a PRF não conseguiu determinar a velocidade que o veículo estava antes de tombar na alça que dá acesso à BR-448, local do acidente.
Imagens registradas por câmeras de segurança obtidas por GZH através da CCR ViaSul, responsável pela administração da rodovia, não mostram o momento exato do acidente, mas mostram quando o carro de Eduarda passa na frente do caminhão. Em seguida, o caminhão antes de ingressar na alça, mudando de faixa para, em outra imagem, tombar e o carro de Eduarda desaparecer (veja o vídeo acima).
Motorista de carro é soterrada por carga de serragem após caminhão tombar no RS
g1
Como no Brasil o uso do tacógrafo é exigido para caminhões com peso bruto total acima de 4.536 kg e ônibus com mais de 10 lugares, o motorista do caminhão foi multado em R$ 195,23. Ele também passou pelo teste do etilômetro pouco depois do acidente, que deu resultado negativo para o consumo de álcool.
De acordo com a Polícia Civil, o acidente foi registrado em uma delegacia pela PRF, mas um inquérito policial para investigar o caso só deve ser aberto se Eduarda, que é vítima, for até uma delegacia e também fazer o registro da ocorrência, conforme exige a legislação.
Alta hospitalar
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Eduarda foi hospitalizada logo após o acidente e permaneceu em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) até o dia 10 deste mês. Ela seguiu internada, mas em observação em um quarto, até a última segunda-feira (13), quando pode voltar para casa.
"Está muito bem graças a Deus, apenas precisando de muita hidratação e, se necessário, medicação pra dor", diz o noivo Gabriel Zanettin dos Santos.
Casamento
O casamento de Eduarda com o noivo tem data marcada para 1º de novembro, menos de um mês após o acidente. A cerimônia deve acontecer em uma casa de eventos centenária em Farroupilha, na Serra do RS.
Ela falou pela primeira vez no dia 10 deste mês, quando saiu da UTI, três dias após o acidente. Ao g1, disse que estava com dores no corpo e na cabeça, mas que se sentia bem.
"Eu nem acredito no quão bem eu estou. Muitas dores no corpo e na cabeça, que ficou muito tempo pressionada. Mas estou caminhando, não tive nenhuma fratura, não tive nenhum problema mais sério, estou sendo muito bem cuidada", relata.
Eduarda Corrêa e o noivo, Gabriel Zanettin dos Santos
Arquivo pessoal
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Relembre o acidente
Veja como ficou o carro
Eduarda ficou presa por cerca de 2 horas dentro do carro após o acidente em uma curva na alça de acesso da BR-448, quando uma carreta tombou sobre o veículo. Durante o resgate, Eduarda se manteve lúcida e conseguiu acionar os pais e o noivo por telefone.
O trabalho de resgate envolveu equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Brigada Militar e Corpo de Bombeiros.
"Nem acredito no quão bem eu estou. Muitas dores no corpo e na cabeça, que ficou muito tempo pressionada. Mas estou caminhando, não tive nenhuma fratura, não tive nenhum problema mais sério, estou sendo muito bem cuidada. Agradeço muito a todas as pessoas que mandaram energias positivas e que dedicaram um pedacinho do tempo delas para pensarem em mim, porque com certeza isso fez bastante diferença", disse a jovem.
Infográfico: veja como funciona a 'cápsula de sobrevivência' em carros
Arte g1
Eduarda Corrêa, 23 anos, ficou presa em carro após ter carga de serragem soterrar veículo em Porto Alegre
Arquivo pessoal
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