Falsa psicóloga do RS vira ré por exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica
19/08/2025
(Foto: Reprodução) Aumenta número de possíveis vítimas de falsa psicóloga em Porto Alegre
A mulher de 33 anos suspeita de se passar por psicóloga clínica em Porto Alegre, Guaíba e Canoas virou ré por exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica, após uma denúncia do Ministério Público ser aceita pela Justiça. A denúncia foi recebida no dia 8 e, em 12 de agosto, a acusada foi citada para apresentar resposta à acusação no prazo legal de 10 dias.
De acordo com o Tribunal, o processo tramita em segredo de justiça, por solicitação da Promotoria, já que há a presença de dados sensíveis envolvendo crianças e adolescentes. Até o momento, não há defesa constituída.
Ela foi indiciada no dia 22 de julho pela Polícia Civil. A mulher não teve o nome divulgado.
📱 Baixe o app do g1 para ver notícias do RS em tempo real e de graça
Inquérito
De acordo com o delegado Fábio Motta Lopes, a mulher cobrava em torno de R$ 130 pelas consultas. Ela se apresentava como especialista no atendimento de crianças e adolescentes com neurodivergências, como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), segundo a polícia.
A mulher não tem a formação correspondente nem está inscrita no conselho da categoria. Ela usava ilegalmente o registro profissional de uma psicóloga que atende em Ivoti, cidade a cerca de 50 km de Porto Alegre. A profissional desconhecia que estava sendo lesada.
Em depoimento à polícia, a suspeita preferiu ficar em silêncio. Não houve pedido de prisão à justiça, porque os crimes tipificados no indiciamento têm pena inferior a quatro anos, esclarece Lopes.
"Só cabe prisão preventiva para crimes que a pena máxima seja superior a quatro anos. Se coubesse, pode ter certeza, eu ia ser o primeiro a representar pela prisão dela", diz o delegado.
Mais de 80 vítimas em outro inquérito
A suspeita é alvo de um segundo inquérito, conduzido pela 3ª Delegacia de Polícia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Ao menos 85 pacientes foram enganados pela suspeita, conforme levantamento da polícia.
A investigação chegou ao número a partir da análise da documentação apreendida após cumprimento de ordens judiciais — recibos e pastas com informações de pacientes, receituários e agenda com escala de horários de atendimento.
Também foram recolhidos cartões de visita e fotos profissionais com a toga de formatura.
Orientações
A Polícia Civil orienta as pessoas que se identifiquem com a situação que registrem ocorrência policial na delegacia mais próxima ou na Delegacia Online.
Os nomes de pessoas formadas e devidamente habilitadas para exercer a psicologia podem ser consultados no site do Conselho Regional de Psicologia.
Polícia cumpriu ordens judiciais em endereços ligados a mulher suspeita de se passar por psicóloga
Divulgação/Polícia Civil
VÍDEOS: Tudo sobre o RS